Quis te dar um presente, quis que fosse diferente de tudo que já te deram. Quis que fosse algo que você quisesse, quis também que a ver comigo tivesse, pra que você lembrasse de mim.
Pareceu difícil, mas assim me pareceu bom, porque quanto mais difíceis as coisas que fazemos, maiores são ao nosso coração.
Quis também que fosse muito de verdade, porque de mentira a gente ganha muito todo dia...
Parece que apareceu a solução: de verdade, diferente, que você pareceu querer, que qualquer um quer, é desvendar a mente.
Quis te dar a minha de presente...
Padrinhos
É o silêncio que nos conecta: com a gente mesmo, com a nossa verdade e com a verdade dos outros.
Quando estamos sozinhos não precisamos convencer ninguém, precisamos convencer a nós mesmos. Eu me convenço, agora, de que eu me enganei.
Eu encontrei, quis duvidar, porque quando eu não duvidei, nos mares por onde andei, as ondas me despiram da certeza que eu comprei.
Eu me convenço, agora, de que mal a gente faz sem querer, por amor ou besteira, a gente faz sem entender. Meu mal foi abrir mão da verdade e parece que a verdade quis abrir mão de mim:
É mais fácil assim: a gente espera que disfarçando o sentimento, no final das contas, também se disfarce o fim. O problema é que assim se perde de vista, que disfarçados, início e meio, parecem menores, menores no tamanho e no anseio. Se disfarçaram a mim nas vistas, mas parece que meu coração está sabendo reconhecê-los na medida.
Enxergando, pois, assim, me parece melhor conviver com o estrago, se os meios o justificarem no fim...
Foi o silêncio no meio da conversa. Você me perguntou o que era. Eu perguntei a mim, eu me perguntei o que era. Era o que passava na minha cabeça.
O chão que eu pisava; o medo que eu deixava deixar escapar o céu...
Clareou.
E agora?
A claridade nos mostra imperfeitos, meu erro, seu erro, se mostraram pacionais.
A claridade nos melhora porque nos mostra a verdade e pensando no início e no meio nos mostramos meio iguais.
E agora? A gente vai ficar como? Eu perguntei á você.
A gente ficou como se parecesse esquecer...
Eu desejei que não permanecesse assim, que a gente estivesse bem longe do fim...
Eu entendo seu lado, todos eles afinal: o da direita e o da esquerda, o diferente e o normal.
Eu espero seu depois, é o meu depois que não consegue esperar, ficou me pedindo pra vir te contar: contei as inúmeras vezes que contei com você, muitas... e quando a gente não dormia ter seu lado bom consertava o resto do meu dia...
Denovo eu desejei que não permanecesse assim, que a gente estivesse bem longe do fim...
Por fim, continuo desejando assim, que não seja tarde, que a gente se encontre bem longe do fim...